Hoje, milhares de manifestantes encherão as ruas de Lisboa. Mas este também é o momento para pensar na maioria dos trabalhadores, precários, explorados, desempregados que não estarão na manifestação da Intersindical nacional.
Portugal assiste a uma das maiores ofensivas capitalistas contra a vida da maioria do seu povo, ao ponto de já nem os capitalistas a negarem. A ideia que o futuro será pior, domina o discurso político institucionalizando o medo.
É preciso que se tenha consciência que a maioria dos cidadãos que não participarão na manifestação, muito provavelmente, desejaria que a manifestação não se realizasse, não porque não concorde com a sua convocatória/reivindicações ou porque apoie o governo, mas por medo das suas consequências nos "mercados".
Não é preciso ser-se especulador, jogar na bolsa ou ter chorudos depósitos nos bancos, para que se tenha medo do "mercado". A sensação generalizada é que o nosso amanhã não depende do governo que elejamos, da UE ou da Alemanha, mas do que entendam as empresas de rating, o FMI ou o BCE.
"Os mercados" vão determinando a sua política sempre mais facilmente estruturada a partir de governos podres e corruptos, sem inibições éticas e morais para aplicar as mais violentas medidas contra quem os elegeu, sem esquecer de construir uma segunda opção de poder que possa vir a receber o poder mantendo as mesmas políticas.
Esta camisa de forças que se construiu em torno de quem vive em Portugal, Grécia ou Espanha não é recente, ao contrário do que Sócrates papagueia, mas está a começar apertar para além dos limites da dor, como já o fez em tantos outros países e diferentes momentos históricos.
Temos por isso duas opções.
Aguentar a raiva em silêncio e esperar que, por bom comportamento, a camisa de forças afrouxe os cintos, deixando nas mãos dos "mercados" o nosso futuro ou rasgar a camisa de forças e lutar por tomar em suas mãos o nosso futuro.
Quem hoje sairá à rua com a Intersindical fá-lo-á porque escolheu a segunda opção.
in Expresso on-line 29/05/2010
sábado, 29 de maio de 2010
quinta-feira, 27 de maio de 2010
sábado, 15 de maio de 2010
Os papa-reformas, a última crónica de Saldanha Sanches
O professor universitário e fiscalista, Saldanha Sanches perdeu a vida aos 66 ano. O jornalista Nuno Felício leu a última crónica ditada pelo fiscalista a semana passada já na cama de hospital onde viria a falecer. O título da crónica é os papa-reformas, um conceito que Saldanha Sanches aplica a dois tipos de esbanjamento público, as obras públicas desnecessárias, que acabam por anular o efeito benéfico de qualquer reforma e os papa-reformas propriamente ditos, que começam a acumular reformas desde " tenra idade".
http://tv1.rtp.pt/noticias/?headline=46&visual=9&tm=8&t=Os-papa-reformas-a-ultima-cronica-de-Saldanha-Sanches.rtp&article=344791
Morreu combatente da causa da cidadania
É famoso desde os anos 60 como um ‘puro e duro’. Defendia códigos de comportamento estritos e nunca virava a cara à luta: em 25 de Abril de 1974 estava preso em Caxias, por ser detido numa manifestação de rua onde não deviam aparecer pessoas como Saldanha Sanches, com vários anos de prisão. Mas a ele só o agarraram após ficar ferido ao saltar por uma janela.
Após concluir o curso de Direito, na Universidade Clássica de Lisboa, em 1980, fez mestrado em Ciências Jurídico-Económicas, em 1986, com 16, e ainda doutoramento, em 1996, com ‘Bom com Distinção’. Foi admirado como professor e viu reconhecida a competência profissional como fiscalista.
O seu estilo frontal e polémico vem-lhe da vida de combatente pela liberdade desde antes do 25 de Abril. Distinguiu-se nas associações de estudantes e foi preso pela primeira vez, em 1964, por distribuir panfletos contra a ditadura. Mas a polícia só o apanhou após atingi-lo a tiro, junto ao café Smarta, em Lisboa.
Na altura, era militante do PCP e foi defendido em ‘tribunal plenário’ por Mário Soares. Acabou absolvido e passou à clandestinidade, mas voltou a ser preso nos finais de 1965 por actividades contra a ditadura. Condenado, esteve seis anos no Forte de Peniche. Provou ser ‘puro e duro’: não falou apesar das torturas a que foi submetido e ficou com a fama de se ter virado aos pides.
A valentia mostrou-a ainda quando já no MRPP, em Outubro de 1972, transportou ao hospital o seu colega Ribeiro dos Santos, também de Direito, que morreu em consequência de um tiro da PIDE/DGS. Foi director do ‘Luta Popular’ mas na luta ‘linha negra-linha vermelha’ deixou o MRPP. Era casado com a procuradora Maria José Morgado, também ex-militante do MRPP
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/politica/morreu-combatente-da-causa-da-cidadania
sexta-feira, 14 de maio de 2010
CONCERTO SABIR MATEEN / MATTHEW SHIPP DUO - EUA
A NÃO PERDER DIA 15 DE MAIO 2010 NO AUDITÓRIO 1, PELAS 21.45 HORAS NO ACERT EM TONDELA
Depois de ter aberto a primeira edição do Jazz’In Tondela, Matthew Shipp (piano) promete mais um momento memorável, desta vez acompanhado pelo apaixonante Sabir Mateen (saxofone e flauta)
“Pianista”, “Compositor” e “Produtor” foram as fases pelas quais Matthew Shipp passou desde o inicio da sua carreira – os velhos tempos como curador em associação com Thirsty Ear, nas Blues Series.
Ao longo deste percurso, Shipp não só trabalhou nas definições de jazz, mas também ao nível conceptual e técnico. No álbum “4D”, a dissonância ainda desempenha um papel fundamental, simultaneamente simples e maravilhosamente complexo.
O artista permite que as sonoridades originais “habitem” as suas improvisações, mesmo quando os movimentos das melodias se expandem para além das margens. Envolve-se, assim, na história com uma profunda percepção e articula as suas novas direcções com enorme graciosidade.
SABIR MATEEN
Saxofonista, clarinetista, flautista e compositor.
Nascido em Filadélfia tem sido musico a maior parte da sua vida. Começou a tocar flauta enquanto adolescente. Gradualmente evoluiu de Saxofone alto para tenor passou por inúmeras transformações musicais.
Tocou, entre outros, com Cecil Taylor, Williiam Parker, Alan Silva, Butch e toca agora com Matthew Shipp.
MATTHEW SHIPP
“Pianista”, “Compositor” e “Produtor” foram as fases pelas quais Matthew Shipp passou desde o inicio da sua carreira – os velhos tempos como curador em associação com Thirsty Ear, nas Blues Series. Ao longo deste percurso, Shipp não só trabalhou nas definições de jazz, mas também ao nível conceptual e técnico. No álbum “4D”, a dissonância ainda desempenha um papel fundamental, simultaneamente simples e maravilhosamente complexo.
O artista permite que as sonoridades originais “habitem” as suas improvisações, mesmo quando os movimentos das melodias se expandem para além das margens. Envolve-se, assim, na história com uma profunda percepção e articula as suas novas direcções com enorme graciosidade.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Estômago o Filme
Na vida há os que devoram e os que são devorados. Raimundo Nonato, o protagonista, descobre um caminho à parte: ele cozinha. E é nas cozinhas de um boteco, de um restaurante italiano e de uma prisão - o que ele fez para acabar ali? - que Nonato vive sua intrigante história. E também aprende as regras da sociedade dos que devoram ou são devorados. Regras que ele usa a seu favor, porque mesmo os cozinheiros têm direito a comer sua parte - e eles sabem, mais do que ninguém, qual é a parte melhor.
sábado, 8 de maio de 2010
Confronto em ataque a banco regista 3 mortos na Grécia
Em Atenas a 5 Maio- Três pessoas morreram em Atenas no incêndio de uma agência bancária que foi atacada com artefatos incendiários por manifestantes que participam dos protestos convocados contra a política de austeridade do Governo, informou à Agência Efe a Polícia grega.
O incêndio reteve um grupo de 24 pessoas em uma agência do Banco Marfin, no centro da capital grega.
Conforme a Polícia, os bombeiros entraram no prédio para socorrer as pessoas e acredita-se que o incêndio tenha sido provocado por um coquetel molotov.
Segundo os bombeiros, as vítimas são duas mulheres e um homem, que morreram asfixiados dentro da agência bancária.
Outras quatro pessoas foram resgatadas pelos bombeiros, após se abrigarem no andar acima do térreo. Essas pessoas que escaparam do incêndio poderiam ser funcionários do banco, o que não foi confirmado pela Polícia.
O centro de Atenas é palco de violentos confrontos entre as forças da ordem pública e manifestantes que protestam contra a medida do Governo para reduzir os gastos públicos e evitar a bancarrota do país.
As tropas de choque responderam com gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral aos ataques com pedras e garrafas de grupos de encapuzados.
Embora a greve geral afete também a imprensa, a emissora local "Ski" mostrou imagens da fachada da filial bancária, que ficou enegrecida pelo incêndio.
O fogo também atingiu um escritório da Receita no centro histórico da capital, vários veículos, contêineres de lixo e outros prédios públicos. Por isso, as ruas principais ficaram envolvidas em fumaça de fogo misturada com a de bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela Polícia contra os manifestantes
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Desemprego tornou-se um negócio em Portugal
Carvalho da Silva, secretário-geral da CGTP, mostra-se chocado com as alterações propostas pelo Governo no subsídio de desemprego e denuncia o facto de o “desemprego ter-se tornado um negócio” para muitos empresários parasitários.
In CM 01 Maio 2010
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