domingo, 28 de novembro de 2010

terça-feira, 9 de novembro de 2010

sábado, 6 de novembro de 2010

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Nastaja Fourie e as almas pelo avesso


Por trás das burcas...

Para Natasja, os limites da transfiguração de uma alma para fora do corpo podem ir muito mais além do que a escolha da cor de um par de meias e, sendo assim, busca em seus estúdios, de maneira intensa, a exposição do avesso de seus fotografados.

Os trabalhos de Natasja Fourie subvertem o que temos conhecido sobre fotografia de moda e abrem-nos uma reflexão mais extrema sobre os dias contemporâneos de espetáculo, em que todos os objetos devem ser manipulados sobre os corpos de modo a apontar e publicar quem somos nós.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

sábado, 7 de agosto de 2010

sexta-feira, 30 de julho de 2010

quarta-feira, 14 de julho de 2010

sexta-feira, 9 de julho de 2010

'Playboy' de Portugal homenageia Saramago com Jesus Cristo na capa


Na capa da edição de julho, um homem representa Jesus Cristo e segura em seus braços uma mulher nua sobre uma cama. Na cabeceira é possível ler o nome de um dos maiores sucessos de Saramago, o livro O Evangelho Segundo Jesus Cristo, responsável por abalar sua relações com a Igreja Católica.

Além da homenagem, a revista traz uma entrevista com o escritor, feita dias antes de sua morte.

sábado, 29 de maio de 2010

Endurecer a luta contra a política do medo

Hoje, milhares de manifestantes encherão as ruas de Lisboa. Mas este também é o momento para pensar na maioria dos trabalhadores, precários, explorados, desempregados que não estarão na manifestação da Intersindical nacional.


Portugal assiste a uma das maiores ofensivas capitalistas contra a vida da maioria do seu povo, ao ponto de já nem os capitalistas a negarem. A ideia que o futuro será pior, domina o discurso político institucionalizando o medo.


É preciso que se tenha consciência que a maioria dos cidadãos que não participarão na manifestação, muito provavelmente, desejaria que a manifestação não se realizasse, não porque não concorde com a sua convocatória/reivindicações ou porque apoie o governo, mas por medo das suas consequências nos "mercados".

Não é preciso ser-se especulador, jogar na bolsa ou ter chorudos depósitos nos bancos, para que se tenha medo do "mercado". A sensação generalizada é que o nosso amanhã não depende do governo que elejamos, da UE ou da Alemanha, mas do que entendam as empresas de rating, o FMI ou o BCE.

"Os mercados" vão determinando a sua política sempre mais facilmente estruturada a partir de governos podres e corruptos, sem inibições éticas e morais para aplicar as mais violentas medidas contra quem os elegeu, sem esquecer de construir uma segunda opção de poder que possa vir a receber o poder mantendo as mesmas políticas.

Esta camisa de forças que se construiu em torno de quem vive em Portugal, Grécia ou Espanha não é recente, ao contrário do que Sócrates papagueia, mas está a começar apertar para além dos limites da dor, como já o fez em tantos outros países e diferentes momentos históricos.

Temos por isso duas opções.

Aguentar a raiva em silêncio e esperar que, por bom comportamento, a camisa de forças afrouxe os cintos, deixando nas mãos dos "mercados" o nosso futuro ou rasgar a camisa de forças e lutar por tomar em suas mãos o nosso futuro.

Quem hoje sairá à rua com a Intersindical fá-lo-á porque escolheu a segunda opção.
 
 
in Expresso on-line 29/05/2010 

quinta-feira, 27 de maio de 2010

sábado, 15 de maio de 2010

Os papa-reformas, a última crónica de Saldanha Sanches



O professor universitário e fiscalista, Saldanha Sanches perdeu a vida aos 66 ano. O jornalista Nuno Felício leu a última crónica ditada pelo fiscalista a semana passada já na cama de hospital onde viria a falecer. O título da crónica é os papa-reformas, um conceito que Saldanha Sanches aplica a dois tipos de esbanjamento público, as obras públicas desnecessárias, que acabam por anular o efeito benéfico de qualquer reforma e os papa-reformas propriamente ditos, que começam a acumular reformas desde " tenra idade".

http://tv1.rtp.pt/noticias/?headline=46&visual=9&tm=8&t=Os-papa-reformas-a-ultima-cronica-de-Saldanha-Sanches.rtp&article=344791

Morreu combatente da causa da cidadania



É famoso desde os anos 60 como um ‘puro e duro’. Defendia códigos de comportamento estritos e nunca virava a cara à luta: em 25 de Abril de 1974 estava preso em Caxias, por ser detido numa manifestação de rua onde não deviam aparecer pessoas como Saldanha Sanches, com vários anos de prisão. Mas a ele só o agarraram após ficar ferido ao saltar por uma janela.

Após concluir o curso de Direito, na Universidade Clássica de Lisboa, em 1980, fez mestrado em Ciências Jurídico-Económicas, em 1986, com 16, e ainda doutoramento, em 1996, com ‘Bom com Distinção’. Foi admirado como professor e viu reconhecida a competência profissional como fiscalista.

O seu estilo frontal e polémico vem-lhe da vida de combatente pela liberdade desde antes do 25 de Abril. Distinguiu-se nas associações de estudantes e foi preso pela primeira vez, em 1964, por distribuir panfletos contra a ditadura. Mas a polícia só o apanhou após atingi-lo a tiro, junto ao café Smarta, em Lisboa.

Na altura, era militante do PCP e foi defendido em ‘tribunal plenário’ por Mário Soares. Acabou absolvido e passou à clandestinidade, mas voltou a ser preso nos finais de 1965 por actividades contra a ditadura. Condenado, esteve seis anos no Forte de Peniche. Provou ser ‘puro e duro’: não falou apesar das torturas a que foi submetido e ficou com a fama de se ter virado aos pides.

A valentia mostrou-a ainda quando já no MRPP, em Outubro de 1972, transportou ao hospital o seu colega Ribeiro dos Santos, também de Direito, que morreu em consequência de um tiro da PIDE/DGS. Foi director do ‘Luta Popular’ mas na luta ‘linha negra-linha vermelha’ deixou o MRPP. Era casado com a procuradora Maria José Morgado, também ex-militante do MRPP


http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/politica/morreu-combatente-da-causa-da-cidadania





 
 
 

sexta-feira, 14 de maio de 2010

CONCERTO SABIR MATEEN / MATTHEW SHIPP DUO - EUA


A NÃO PERDER DIA 15 DE MAIO 2010 NO AUDITÓRIO 1, PELAS 21.45 HORAS NO ACERT EM TONDELA

Depois de ter aberto a primeira edição do Jazz’In Tondela, Matthew Shipp (piano) promete mais um momento memorável, desta vez acompanhado pelo apaixonante Sabir Mateen (saxofone e flauta)


“Pianista”, “Compositor” e “Produtor” foram as fases pelas quais Matthew Shipp passou desde o inicio da sua carreira – os velhos tempos como curador em associação com Thirsty Ear, nas Blues Series.

Ao longo deste percurso, Shipp não só trabalhou nas definições de jazz, mas também ao nível conceptual e técnico. No álbum “4D”, a dissonância ainda desempenha um papel fundamental, simultaneamente simples e maravilhosamente complexo.

O artista permite que as sonoridades originais “habitem” as suas improvisações, mesmo quando os movimentos das melodias se expandem para além das margens. Envolve-se, assim, na história com uma profunda percepção e articula as suas novas direcções com enorme graciosidade.

SABIR MATEEN

Saxofonista, clarinetista, flautista e compositor.

Nascido em Filadélfia tem sido musico a maior parte da sua vida. Começou a tocar flauta enquanto adolescente. Gradualmente evoluiu de Saxofone alto para tenor passou por inúmeras transformações musicais.

Tocou, entre outros, com Cecil Taylor, Williiam Parker, Alan Silva, Butch e toca agora com Matthew Shipp.

MATTHEW SHIPP

“Pianista”, “Compositor” e “Produtor” foram as fases pelas quais Matthew Shipp passou desde o inicio da sua carreira – os velhos tempos como curador em associação com Thirsty Ear, nas Blues Series. Ao longo deste percurso, Shipp não só trabalhou nas definições de jazz, mas também ao nível conceptual e técnico. No álbum “4D”, a dissonância ainda desempenha um papel fundamental, simultaneamente simples e maravilhosamente complexo.

O artista permite que as sonoridades originais “habitem” as suas improvisações, mesmo quando os movimentos das melodias se expandem para além das margens. Envolve-se, assim, na história com uma profunda percepção e articula as suas novas direcções com enorme graciosidade.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Estômago o Filme



Na vida há os que devoram e os que são devorados. Raimundo Nonato, o protagonista, descobre um caminho à parte: ele cozinha. E é nas cozinhas de um boteco, de um restaurante italiano e de uma prisão - o que ele fez para acabar ali? - que Nonato vive sua intrigante história. E também aprende as regras da sociedade dos que devoram ou são devorados. Regras que ele usa a seu favor, porque mesmo os cozinheiros têm direito a comer sua parte - e eles sabem, mais do que ninguém, qual é a parte melhor.

sábado, 8 de maio de 2010

Confronto em ataque a banco regista 3 mortos na Grécia


Em Atenas a 5 Maio- Três pessoas morreram em Atenas no incêndio de uma agência bancária que foi atacada com artefatos incendiários por manifestantes que participam dos protestos convocados contra a política de austeridade do Governo, informou à Agência Efe a Polícia grega.


O incêndio reteve um grupo de 24 pessoas em uma agência do Banco Marfin, no centro da capital grega.

Conforme a Polícia, os bombeiros entraram no prédio para socorrer as pessoas e acredita-se que o incêndio tenha sido provocado por um coquetel molotov.

Segundo os bombeiros, as vítimas são duas mulheres e um homem, que morreram asfixiados dentro da agência bancária.

Outras quatro pessoas foram resgatadas pelos bombeiros, após se abrigarem no andar acima do térreo. Essas pessoas que escaparam do incêndio poderiam ser funcionários do banco, o que não foi confirmado pela Polícia.
O centro de Atenas é palco de violentos confrontos entre as forças da ordem pública e manifestantes que protestam contra a medida do Governo para reduzir os gastos públicos e evitar a bancarrota do país.

As tropas de choque responderam com gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral aos ataques com pedras e garrafas de grupos de encapuzados.

Embora a greve geral afete também a imprensa, a emissora local "Ski" mostrou imagens da fachada da filial bancária, que ficou enegrecida pelo incêndio.

O fogo também atingiu um escritório da Receita no centro histórico da capital, vários veículos, contêineres de lixo e outros prédios públicos. Por isso, as ruas principais ficaram envolvidas em fumaça de fogo misturada com a de bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela Polícia contra os manifestantes

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Desemprego tornou-se um negócio em Portugal



Carvalho da Silva, secretário-geral da CGTP, mostra-se chocado com as alterações propostas pelo Governo no subsídio de desemprego e denuncia o facto de o “desemprego ter-se tornado um negócio” para muitos empresários parasitários.




In CM 01 Maio 2010

quarta-feira, 14 de abril de 2010

ESTA DEPRESÃO QUE ME ANIMA



em livro e ao vivo

Depois de um ano de luto, A Naifa volta à luta. A vontade de continuar a fazer esta música sobrepôs-se à dor da perda e uma nova Naifa nasceu no espectáculo de homenagem a João Aguardela em Novembro último no CCB. Luis Varatojo e Maria Antónia Mendes têm agora a companhia de Sandra Baptista no baixo e Samuel Palitos na bateria, para lançar de novo à terra a semente que já deu frutos.
O reencontro com o público acontecerá já em Maio com a edição de um livro/dvd biográfico dos primeiros quatro anos de carreira e uma digressão nacional que passará por dez cidades e chegará a Lisboa a 5 de Junho para um concerto na Festa do Fado no Castelo de São Jorge.
O livro retrata o universo d’A Naifa, visto de dentro e de fora - os poemas que deram origem às canções dos três discos e as obras gráficas que fizeram as capas; fotografias de mais de uma centena de espectáculos e os testemunhos do público que, em muitos casos, criou com a banda laços afectivos que se prolongaram muito para além do momento dos concertos. O dvd contém um concerto, gravado na digressão 2008 e um documentário produzido em 2006.

A Naifa «a rasgar a vida»

CALENDÁRIO

ABRIL

22 :: FNAC Chiado 18.30H, Lançamento do livro

MAIO

7 :: BARREIRO, Aud. M. Aug. Cabrita

8 :: CARTAXO, Centro Cultural

13 :: FARO, Teatro Municipal

14 :: PORTALEGRE, CAEP

15 :: AVEIRO, Teatro Aveirense

22 :: HORTA, Teatro Faialense

26 e 27 :: COIMBRA, Oficina M. Teatro

28 :: GUIMARÃES, CC Vila Flor

29 :: CALDAS DA RAINHA, CCC
JUNHO

5 :: LISBOA, Castelo de São Jorge

sábado, 27 de março de 2010

Mulheres idosas vulneráveis à pobreza

Diferenciação salarial entre géneros contribui para pensões mais baixas.

As mulheres acima dos 65 anos são o grupo mais afectado pelo risco de pobreza (24%). Salários mais baixos que os homens ao longo da vida explicam parte dessa realidade feita de magras pensões. Nas faixas femininas mais jovens mantém-se a discriminação.


"Constata-se que o princípio estabelecido pela Organização Internacional do Trabalho segundo o qual para trabalho igual deve haver salário igual não tem tido aplicação efectiva", refere ao JN Heloísa Perista. Segundo esta socióloga, há em Portugal situações de discriminação que conduzem a uma maior vulnerabilidade das mulheres às situações de pobreza. A mesma investigadora do Centro de Estudos para a Intervenção Social lembra que os dados europeus de 2008 mostram que a taxa de risco de pobreza das mulheres (19%) é superior à média nacional (18%). Ela diz respeito a situações de desemprego, mas também a situações de monoparentalidade e ainda a montantes de pensões decorrentes de um historial contributivo com base no salário mínimo. Em Portugal há mais mulheres do que homens a receber o salário mínimo.

No ano passado, a pensão média de velhice das mulheres era de 292 euros e a dos homens cifrava-se em 490 euros. Nas pensões de invalidez, os valores médios eram, respectivamente, de 283 e 367 euros. A maior longevidade feminina prolonga também o número de anos vividos com aqueles valores de pensões mais baixos, inferiores ao limiar de pobreza.

"A taxa de risco de pobreza por idades incide sobre 24% das mulheres idosas", lembra Heloísa Prista, que refere também a situação particular dos desempregados, quer sejam mulheres ou homens, os quais partilham pelo menos durante um período das suas vidas um risco de pobreza em 35% dos casos.

Portugal tem das mais elevadas taxas de actividade feminina na Europa, actividade essa que é predominantemente exercida a tempo inteiro, sem grande recurso a soluções como a do exercício a tempo parcial, como é vulgar em países como a Suécia. Na opinião de Heloísa Perista, o tempo parcial, se fosse adoptado em Portugal, fragilizaria mais a situação da mulher, nomeadamente a nível da segurança económica. Além disso, a mulher "ficaria com menor capacidade de negociação no que toca à partilha das tarefas domésticas", ela que já trabalha mais cerca de 16 horas semanais que o homem em Portugal. "Há uma distribuição muito assimétrica do trabalho não-pago relativo às tarefas domésticas e prestação de cuidados familiares", constata a mesma socióloga, acrescentando que "isso tem implicações na inserção profissional".

Consequência ou não, certo é que as gerações mais jovens de mulheres que trabalham em empresas privadas auferem em média salários 22,4% inferiores aos dos homens. E se no universo dos activos há mais mulheres a receber o salário mínimo, normalmente associado a baixa escolaridade, é entre os quadros superiores das empresas que mais se nota o fosso salarial entre géneros: 30,3% é o que essas mulheres ganham a menos que os homens. Sobre esta realidade, comenta Heloísa Perista: "O valor da remuneração à entrada de uma jovem licenciada é logo inferior ao dos rapazes, apesar de notas superiores. Trata-se de um factor de diferenciação que se repercute pelo futuro".

in JN 2010-03-22

Marx terá razão?

" Os trabalhadores, como compradores das mercadorias, são importantes para o mercado. Mas, ao considerá-los como vendedores da sua mercadoria, a força de trabalho, a sociedade capitalista tem tendência para reduzi-los ao preço mínimo" Por isso" a razão última de todas as crises será sempre a pobreza e o consumo limitado das massas, em face da tendência da produção capitalista para desenvolver as forças produtivas como se estas não conhecessem outros limites que a capacidade absoluta de consumo da sociedade".

in " O Capital " de Karl Marx 

sexta-feira, 12 de março de 2010

Estudantes por Empréstimo




Estudantes por Empréstimo é uma peça de teatro-fórum criada por um grupo de estudantes do ensino superior e conta uma história que é comum a milhares de jovens em Portugal. Esta peça vai percorrer as principais escolas do ensino superior no nosso país e vai desafiar os estudantes e quem quiser participar a mudar o rumo à história, a propor outras formas de agir na situação representada e a pensarem e sugerirem as medidas políticas que podem ajudar a resolver os problemas que a peça apresenta. É uma forma de discutirmos a nossa vida e o que a limita e de usar o teatro para democratizar a política. Estudantes por Empréstimo sustenta o primeiro projecto de Teatro Legislativo em Portugal, que culminará numa audição na Assembleia da República, no dia 3 de Maio de 2010, promovida pelo Bloco de Esquerda, e onde algumas das sugestões do público serão transformadas em iniciativas legislativas.

sábado, 6 de março de 2010

Funcionários públicos ocupam entrada da Imprensa Nacional grega

Dezenas de funcionários do ministério do Interior grego ocuparam hoje, sábado, a entrada da Imprensa Nacional em Atenas, em protesto contra as medidas de austeridade aprovadas pelo governo para equilibrar as finanças públicas.

Esta concentração visa impedir a impressão e publicação no Jornal Oficial da lei sobre as medidas de austeridade orçamental, que visam poupar 4800 milhões de euros e incluem cortes salariais para os funcionários públicos, o congelamento das reformas e uma subida de dois pontos percentuais do IVA para 21 por cento.
Segundo a polícia, os manifestantes pretendem manter o cerco à sede da Imprensa Nacional até segunda-feira, revela a AFP.

A aprovação destas medidas provocou uma viva reacção dos grandes sindicatos gregos, que apelaram a uma greve geral para 11 de Março, a segunda em duas semanas.

O diário grego To Vima noticiou hoje, sábado, que os gregos estão divididos sobre as medidas de austeridade tomadas pelo governo socialista para travar a dívida das finanças públicas.

Quase 48 por cento dos inquiridos opõem-se ao plano de austeridade, enquanto 46,6 por cento concordam com as "medidas urgentes" aprovadas na sexta-feira pelo Parlamento grego.

A maioria dos entrevistados (67 por cento) manifestou-se contra o congelamento das pensões e 64,2 por cento contra o aumento do IVA em dois pontos percentuais (21 por cento).

Mais de 60 por cento são igualmente contra a redução de 30 por cento do 13.º mês e de 60 por cento do 14.º mês de salário dos funcionários públicos e 74 por cento opõem-se à redução de 200 milhões de euros do orçamento do Ministério da Educação.

Em contraste, a grande maioria dos inquiridos (94 por cento) dizem apoiar a criação de um imposto especial sobre produtos de luxo e 93 por cento estão a favor da redução em sete por cento dos vencimentos do Presidente da República, do primeiro-ministro e dos ministros

in JN on line 06/03/2010

Mais de 78 mil firmas com zero empregados

Há 78 984 empresas que declaram zero empregados ao seu serviço. Portugal tem 325 877 microempresas que empregam quase 750 mil pessoas. Se às micro juntarmos as pequenas empresas, o volume de emprego é de 1,5 milhões de postos de trabalho.


Os dados da Informação Empresarial Simplificada (IES) - declarações entregues pelas firmas em 2009 e relativas ao ano anterior - são inequívocos: no espaço de um ano, surgiram mais 7162 empresas a declarar zero funcionários ao serviço. Serão agora 78 984. Má interpretação do que é pedido nos formulários é a explicação avançada ao JN pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). A Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC) discorda, e avança com outras justificações.

De qualquer modo, o avolumar do número de empresas a declarar zero trabalhadores denuncia uma realidade do tecido empresarial português: há 325 877 microempresas (de 0 a 9 trabalhadores) que dão emprego a 749 518 portugueses. Se acrescentarmos as pequenas (10 a 49 empregados) - 769 177 empregos -, então temos 1 518 699 postos de trabalho.

Não estaremos ainda no país das famosas "nano mini micro pequenas e médias empresas", como diziam os humoristas dos Gato Fedorento, mas é inquestionável que só entre as micro e as pequenas empresas (realidade que vai de 1 a 49 trabalhadores) está 54% do emprego fornecido por 366 290 empresas, num universo de 2,7 milhões de empregados distribuídos por 372 935 firmas.

Face a 2007, o ano de 2008 viu nascer mais 17 183 empresas micro (incluindo as que declaram zero trabalhadores). As firmas desta dimensão (0-9 trabalhadores) deram trabalho a mais 23 124 pessoas. Ou seja, as micro estão em franca expansão.

O INE esclarece que, desde a criação da IES, tem-se constatado que algumas empresas utilizam erradamente o conceito de "número de pessoas ao serviço". Este conceito deve incluir, além dos trabalhadores remunerados, os trabalhadores não remunerados, como por exemplo os proprietários gerentes e os familiares não remunerados. "Contudo, algumas empresas, pelo facto de não disporem de trabalhadores contratados, declaram, erradamente, não possuírem pessoas ao serviço - sendo que os proprietários, caso trabalhem na empresa, devem ser considerados como pessoas ao serviço", afirma fonte oficial do INE.

Domingues Azevedo, bastonário da OTOC, discorda do INE. "Admito que existam casos de mau preenchimento, mas o problema não é esse. Vamos admitir que três sócios, que já têm outros empregos, formam uma sociedade de promoção imobiliária. Eles já descontam para a Segurança Social e podem pedir a sua exclusão através dessa nova empresa, desde que provem que já estão a descontar para o sistema por outro lado. O resultado é que declaram zero trabalhadores".

Outra situação, segundo a OTOC, liga-se com a SGPS, sociedade que detém participações noutras empresas. Os gestores da SGPS podem ser só remunerados por uma das participadas e declaram zero empregados na SGPS.

Nos dois cenários colocados, a OTOC sublinha que a lei não obriga a declarar trabalhadores não remunerados. Os proprietáriosretiram daí dividendos e não salários.

in JN 06/03/2010

quarta-feira, 3 de março de 2010

Sismo do Chile alterou eixo de rotação da Terra e encurtou duração do dia

O terramoto de 8.8 na escala de Richter que atingiu o Chile no sábado - o sétimo maior terramoto de que há registo - terá encurtado os dias terrestres em 1,26 milionésimos de segundo, segundo o cientista Richard Gross do Jet Propulsion Laboratory (laboratório de propulsão a jacto) da NASA em Pasadena, na Califórnia.


Mas, para os oficiais da NASA, mais impressionante é o facto de "o quanto o terramoto alterou o eixo da Terra". Um eixo de rotação é uma linha, que pode ou não ser imaginária, em volta da qual se realiza o movimento de um corpo. Assim sendo, o eixo da terra é a linha em torno da qual a Terra roda sobre si própria.

O modelo informático utilizado por Gross e os seus colegas para averiguar os efeitos do terramoto no Chile detectou que esse mesmo sismo deverá ter movido o eixo da Terra em 3 polegadas (cerca de 8 cms). Na realidade, estas mudanças são muito pequenas para serem identificadas sem recurso a meios informáticos, razão pela qual os cientistas dizem que "deverá" ter movido o eixo da Terra.

Localização do Chile potenciou efeito

Este não foi o primeiro terramoto registado a ter este tipo de efeitos. O terramoto de 9,1 em Sumatra (datado de 2004) é um dos casos mais emblemáticos, tendo encurtado os dias em 6,8 milionésimos de segundo e movido o eixo terrestre 2,76 polegadas (cerca de 7 centímetros).


Apesar de o sismo do Chile ser menor na escala de Richter do que o de Sumatra, teve maiores efeitos no eixo terrestre devido à sua localização. A falha geológica responsável pelo sismo do Chile mergulha na Terra num ângulo mais agudo do que a responsável pelo terramoto de Sumatra e, segundo Richard Gross, "isto faz com que a falha do Chile seja mais eficaz a mover a massa da Terra verticalmente e seja, como tal, mais eficaz a desviar o eixo da Terra".

in Expresso 03/03/2010

segunda-feira, 1 de março de 2010

Mulheres estão mais vulneráveis à pobreza

Estudos revelam uma clara desvantagem em relação à população total


A taxa de pobreza para as mulheres portuguesas com 65 anos ou mais é de 24%. Nos homens, 19%. Para as famílias monoparentais - e 90% são encabeçadas por mulheres - é de 39%. A pobreza no feminino é preocupante e é o tema de Março neste ano Europeu.


Duas em cada quatro mulheres que encabeçam famílias monoparentais são pobres; enquanto que apenas um, em cada quatro homens, que encabeça esta tipo de família o é. "Um estudo longitudinal mostrará que a trajectória da pobreza no feminino sugere que as mulheres estão em clara desvantagem em relação à população total", afirma a economista Amélia Bastos.

Para agravar, a pobreza revela-se mais persistente precisamente entre as mulheres. Para dar outro exemplo, para as mulheres idosas e isoladas a taxa de saída da situação de pobreza é de 60% abaixo da taxa referente à população total; e a sua taxa de entrada mais do que duplica em relação também à população total. Que factores concorrem, afinal, para esta desigualdade de género? E por que é que isto ainda se verifica tanto até nas gerações mais novas?



"As mulheres têm, por exemplo, mais dificuldades de acesso ao mercado de trabalho. Uma mulher que tenha filhos pequenos ou que esteja grávida arranjará emprego com muita dificuldade. Está ainda muito mais sujeita ao trabalho precário, ao trabalho parcial que não é bem remunerado, a sérias dificuldades de progressão na carreira", avança Amélia Bastos.



Na base está uma mentalidade difícil de contornar. Ou seja, não é possível falar de pobreza no feminino sem perceber que as possibilidades de entrada no mercado de trabalho são muito determinadas pelos modelos de vida familiar. "Se à mulher cabe a grande parte das tarefas domésticas e do trabalho de cuidar, não será fácil a total disponibilidade laboral que tanto se exige. Ela vai ficando de fora", explica Heloísa Perista, do Centro de Estudos de Intervenção Social (Cesis).



Até há trinta anos, a mulher ficava em casa a tomar conta dos filhos. Estas são as senhoras que hoje, já idosas, dependem da pensão do marido e vivem com muito mais risco de pobreza. Entretanto, conquistou um lugar fora de portas, mas a mentalidade dominante continua a colocá-la sob responsabilidade primeira de tratar dos filhos e da casa, entendendo que o seu trabalho fora não tem que ser tão valorizado como o dos homens. Os factos são incontornáveis: as mulheres têm salários mais baixos do que os homens a desempenharem exactamente as mesmas tarefas.

LEONOR PAIVA WATSON in JN 01/03/2010

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Fome chega a cem famílias no Vale da Amoreira

Carla e João preparavam ontem à pressa o almoço ao som do kizomba que vinha da casa da vizinha, mas que bastava para animar o humilde T1, onde o casal vive com três filhos. Na sertã o chefe de família mexe três ovos a que junta uma lata de salsichas. Na mesa já está um pacote de batatas fritas e os três pequenos de garfo em riste. É o almoço para os cinco lá de casa. "Temos de comer à medida do possível para dar também para o jantar", explicava João.

 Este agregado de ascendência cabo-verdiana está entre as mais de cem famílias identificadas como casos de pobreza extrema a residirem no problemático Vale da Amoreira (Moita), que além de não terem dinheiro para comer, também deixaram de pagar as prestações das suas casas. A freguesia é habitada por cerca de 16 mil pessoas, sendo que a taxa de desemprego já ascende aos 55%, consequência directa do encerramento de algumas unidades fabris no sector metalúrgico e componentes auto no distrito de Setúbal.
Já quanto aos jovens à procura do primeiro emprego que não encontram saídas profissionais, o número de desocupados ascende aos 60%, o que ajudará a explicar a elevada propensão para enveredarem no mundo do crime.
Tanto Carla como João já se encontram desempregados há tempo suficiente para terem perdido a vergonha de assumirem que estão a passar "grandes dificuldades". Até ao ano passado ainda foram escondendo o possível, mas acabaram a pedir ajuda quando deixaram de ter leite para dar aos filhos, confessa a mãe das crianças, uma antiga empregada de balcão que há mais de dois anos perdeu o emprego, quando a loja onde trabalhava fechou, garantindo que apesar dos tenros 34 anos já perdeu a esperança de dar um novo rumo à vida...

in JN 21/02/2009

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Mesmo quem trabalha não escapa à pobreza


Estatística dita que 12% da população trabalhadora, em Portugal, é pobre

A pobreza em Portugal deixou de ser vista como natural, na última década. É mais incómoda e aparenta ser um alvo a abater. Ainda assim, a realidade nua e crua dita que 12% da população que trabalha é pobre e que não basta trabalhar para escapar a ao flagelo.

"Aquela ideia de sermos pobrezinhos, mas honestos, e de aceitarmos a pobreza como uma fatalidade está a acabar. Isto representa um grande salto cultural e só com ele podemos avançar", afirma o sociólogo e professor universitário Luís Fernandes.

Avançar para medidas que travem um flagelo que é extensivo também àqueles que trabalham. Em Portugal, 18% da população enfrenta uma situação de pobreza e 12% dos trabalhadores também, ou seja, o trabalho deixou de ser receita eficaz contra a pobreza. Onde está a grande variável discriminatória? "Está na precariedade e na desregulação do trabalho. Não há contratos ou há contratos ao dia, aos cinco dias, ao mês", explicou Luís Fernandes.

No mesmo patamar, assistimos a uma mundialização do mercado que "fez entrar em competição directa economias que antes não competiam entre si. Regressaram os regimes de 12 horas laborais por dia, pelo salário mínimo", acrescentou o sociólogo. Um salário mínimo que não significa recurso para participar nos hábitos e costumes de uma sociedade que, paradoxalmente, é cada vez mais exigente.

E, ainda assim, com a desregulação do trabalho, com a sua precarização e com os salários baixos, não ficamos mais competitivos. Esta não é, portanto, a receita para um país mais produtivo e competitivo. "A pedra de toque está na qualificação, na educação. Só assim poderemos produzir, competir e crescer", disse.

Um outro factor, ainda, tem que entrar nesta equação: a distribuição da riqueza. "Nós temos um grave problema da distribuição da riqueza. São cinco milhões de população activa a produzir riqueza e como é feita essa distribuição?", questionou. Basicamente, o que isto quer dizer é que, entre outras coisas, a política dos salários baixos tem que acabar. Já assim o disse, por diversas vezes, Alfredo Bruto da Costa, ex-presidente do Conselho Económico e Social.

São necessárias medidas sociais e medidas económicas, mas, sobretudo, que todas elas sejam estruturais e não pontuais. "A pedra de toque está na Educação, na qualificação", insistiu.

LEONOR PAIVA WATSON in JN 08/02/2010

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Cinema- Ruas da amargura- de Rui Simões

As Ruas da Amargura são povoadas por homens e mulheres, de todas as idades, com carências afectivas, financeiras, problemas mentais, alcoolismo, toxicodependência, ou simplesmente pessoas que chegaram a Portugal à procura de uma vida um pouco melhor.

Do outro lado das Ruas há um formigueiro de voluntários, assistentes sociais e técnicos diversos que constroem e mantêm estruturas de apoio, uns pensando em dias melhores, outros institucionalizando a ajuda sem acreditar que o fenómeno possa ter cura.

A NÃO PERDER NO PRÒXIMO DIA 10 de Fevereiro no ACERT em Tondela.




"A Naifa volta a afiar o panorama musical português com mais uma obra subversiva sobre a estética do Fado."
Sara Louraço Vidal – Portal do Fado


“Tanto literária como musicalmente, tudo se joga aqui no plano das citações, das sobreposições e dos contrapontos, mas este lúdico jogo de referências cruzadas e tonalidades contrastantes revela-se fluido e convincente. Extremamente criativos, João Aguardela e Luis Varatojo demonstram, novamente, ter mais ideias por canção do que outros em albums inteiros e conseguem criar um universo musical que só a eles pertence”
Jorge Lima Alves - Expresso